domingo, 25 de maio de 2008

Um desejo

Quero seguir livre
Desimpedido com os destinos.
Do sono, quero ir só ao não saber
Quero andar roçando todos os possíveis riscos.
Quero que as amarras que ditam o possível
Desamarrem-se de vez de minhas entranhas.
Quero só sangue repleto de uma só ousadia
Correndo-me em minhas veias que me empurram
Violentamente.
A um não-lugar -
E é o que quero: ausência de lugares.
Sonho com poder chegar cerca
Da ponta desses tantos precipícios.
Nunca caí em nenhum:
Mantenho-me longe do inesperado.
Do não-quisto, do inimaginado e do imprevisto.
Sairei um dia, veloz, em busca do precipício
Sem hesitar por qualquer instante, avançarei
Não sei onde cairei. Nem sei se cairei.
Talvez o inesperado seja só o conhecido:
Todas aquelas amarras são velhas conhecidas
Já cercam e tramam soltas num labirinto
Sem saída: o de quem pensa ter destino.

3 comentários:

Anônimo disse...

Imprevisibilidade, o fim perfeito. Belo texto, Pedro.

Um abraço

Anônimo disse...

adoro tudo que voce escreve muito bom

Natália Boere disse...

cade o post de hj???
tem que fazer como eu, atualizar o blog diariamente!!! HAHAHAHA
beijo, pedrinho!