É hilário ver quando
Tento e quando tentas
Vender a alheios o que tenho e o que tens
Escondendo todas as tão sofridas ausências.
Que será que tem o outro?
Que deseja o outro?
Que sente o outro?
Quem será o outro.
Minha angústia constante.
Faço das minhas angústias
As células das minhas neuroses.
Tão tolas e tão bobas
Como a matéria que lhes dá subsistência.
Mas não consigo salta-las.
(Obstáculo constante:
cansam-me os atos preparatórios todos.
Entedeiam-me, impedem-me de prosseguir.
Nunca vou ao resultado).
Lambuzo-me da calda do bolo
E, tolo, não vejo e não provo nada do que está embaixo.
Nunca vou ao fundo,
Banho-me no raso, até que volto à costa.
Deito-me, canso-me e parto.
Nino as dores,
Adormecem.
Deixam-me dormir um pouco.
Até realizo alguns desejos impedidos.
Reprimidos, acorrentados, proibidos.
Ameaçam soltar-se e fugir da clausura -
Até o nascer do sol, somente.
Voltam as tocas, e de lá me esfaqueiam levemente.
Pinçam-me o interior, fazem doer um pouco,
Mas não se libertam, e nem me fazem mover.
E tudo recomeça, de novo.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Senhas da minha existência
Não sei que pensam de mim os vizinhos
Que não conheço,
com quem não cruzo nos elevadores da vida.
A beleza é que está, de fato,
Apenas nos olhos de quem vê.
Não se é feio, nem se é bonito:
É tudo só a percepção do outro.
Não existo sem o outro, realizo.
Não sou feio, não sou bonito,
não sou pobre, e nem sou rico
Sem o outro, não sou nada.
Olhares dos outros:
O que serão os seus olhares?
O que serei eu sem seus olhares?
Que não conheço,
com quem não cruzo nos elevadores da vida.
A beleza é que está, de fato,
Apenas nos olhos de quem vê.
Não se é feio, nem se é bonito:
É tudo só a percepção do outro.
Não existo sem o outro, realizo.
Não sou feio, não sou bonito,
não sou pobre, e nem sou rico
Sem o outro, não sou nada.
Olhares dos outros:
O que serão os seus olhares?
O que serei eu sem seus olhares?
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