domingo, 4 de maio de 2008

RESPOSTA AO LEITOR

Caríssima leitora do meu blog,
(Aos outros leitores - que não a destinatária - sugiro que leiam o texto anterior "Nunca pertenci." antes, já que aqui escrevo uma resposta).

Muito obrigado pela sua gentil correspondência. Fico contente de que alguém leia isso aqui, mesmo que não dê dinheiro. É a vaidade insuportável dos narcisos, pretensiosos e inseguros, que me faz vir aqui, às vezes, em busca de uns elogios descomprometidos.

Mas vamos direto ao assunto: você então me pergunta, leitora, se afinal sou homem ou mulher. Nome de homem e um texto de mulher? “Conjugando no feminino, senhor escritor?”, você me perguntou, quase desaforada. Desculpe por confundi-la. Jamais foi minha intenção.

Responderei diretamente a sua questão, minha cara: ninguém escreve sobre alguém diferente do que é de verdade. Tudo que falamos, senhora leitora, é nosso. Posso até me justificar no início, posso mudar o gênero do artigo, mas são só disfarces. É sempre sobre nós mesmos que estamos falando, mesmo quando falamos dos outros. Ou melhor, talvez, principalmente, quando falamos dos outros. Ou pelos outros. Sim, senhora leitora, sou homem. E o texto anterior – que lhe causou aparente perturbação – é sim no feminino.

Adianto a outros eventuais leitores: vão me perguntar se estou falando “no geral” ou apenas sobre mim. No geral e sobre mim, respondo. Todos eles que escrevem como mulheres, sobre mulheres, e falam das mulheres, são mulheres também. Em algum lugar. Em algum lugar, na verdade, senhora leitora, somos tudo o que a senhora puder imaginar. E um pouco mais.

Obrigado pela preferência.

Nenhum comentário: