sábado, 20 de junho de 2009

Eles, o belo

Aos meus perderes-de-sono,
solidões de mim, sofrimentos sem fim,
Procuro uma resposta secreta.
Não encontro uma sequer.
A pergunta sempre persiste. E busco.
O barulho de respostas quaisquer me atordoam.
Compro o silêncio:
Fumo alguns cigarros, penso num deus que não existe.
Suas respostas, artificiais demais, não convencem.
Tento dizer-me não haver resposta.
Se não aceito o que me dão, termino por aceitar que não me dêem.
Tento-me dizer que não há respostas, e que são vãs as perguntas.
E em momentos alguns de lucidez, vejo:
Esses bichos perdidos, procurando cheiros,
consagrando lugares, expressando gostares, e achares,
são o que há de belo. É o que há de concreto.
Contam-se seus estórias.
- Contem-me suas histórias!
Seus amares, e seus lares, seus olhares e suas escórias.
- Contem-me qualquer história!
Contem-me a de Jesus, contem-me de seus sofreres
digam-me de seus amores.
É o que há de belo.