sábado, 14 de fevereiro de 2009

A jaula do mais fácil

Chutaram-me num caminho
que não sabia onde daria.
Nos primeiros passos, olhava aos
lados, e não sabia se queria.
Pequenas pedras, alguns galhos
Mas, no final, tudo isso passaria.
Aprendi o local das pedras,
já não tropeço em obstáculos
Mas me pergunto:
e a outra trilha, que cores teria?

Esse outro percurso
Em cujas pedras não topei,
Flores pensadas que nunca cheirei,
Distancia-se a cada passo.
Vou preferindo seguir jogado
Pelo caminho mais fácil,
E vai ficando longe demais.
Quanto mais me acho no avante
Mais me perco no importante.

De olhos abertos, sonho.
Encontro saídas no labirinto
Quero-me fugindo, vejo-me saindo.
Por vezes, pequenos atalhos
Em outras, grandes estradas:
Mas é sempre outro caminho.
Depois do sonho, durmo.
E mata-me, a noite, sem pena
Os voos que imagino em cada novo nicho.

Acordo e sigo - concreto - sem rima
sem graça, sem cerveja e sem vinho
Pelo mesmo velho caminho.