terça-feira, 11 de março de 2008

Maria de Rua

Chore, Maria.
Não lhe deram outra saída:
se não as lágrimas, sobra-lhe a morte.
Viva, Maria.
Finja não haver solução:
contente-se com sua própria sorte.
Ande, Maria.
Faça mover seu corpo morto:
esconda que em tanta miséria não há vida.
Enxugue, Maria.
Seu rosto molhado só comove:
Mas não adianta, ninguém se move.
Pegue, Maria.
Coma essas migalhas:
Lambuze-se com nosso resto.
Sorria, Maria.
Já chega desse sofrer escancarado:
Nada farei, seguirei incomodado.
Aos poucos, Maria, já te esquecerei.

Um comentário:

Unknown disse...

Peuuu!
Seu novo blog é ótimo e as poesias estão tão excelentes quanto as anteriores!
Vamos ver se dessa vez você se torna mais assíduo, né? Eu super sou! hahaha
E só pra fazer um comentário breve, devo lhe dizer que lembrei de Mônica nessa poesia! Sim, sua Mônica! hahaha
Bjoka!