quarta-feira, 19 de março de 2008

Angústia II

Compro pães, como queijo
Me empanturro.
O que realmente importa
Mais uma vez empurro.
Fico fazendo da recreação
O prato principal
Nunca chego à refeição.
Não preciso olhar pra dentro
Conheço-me de coração e salteado
Preciso romper a barreira da divisa
Lascar a parede que me circula
Morrer o mais rápido
Matar-me o mais rápido
Nascer feto, fraco
Mais forte do que esse fraco que sou.
Quero parar de comer tudo isso
Preciso vomitar todas as minhas tripas.
Me distraio com as amenidades
Finjo-me mesmo ocupado com a rotina
Do mundo criado para esconder o instinto
Deixo-me passar pelo que quiserem pensar
Termino tornando-me o que decidem por mim
Continuem assistindo de camarote, aproveitem
Não sei até quando vestirei essa máscara
Vomita-la-ei aos poucos ou aos muitos
Já me enjoam demais todas essas correntes.

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