terça-feira, 11 de março de 2008

Espelhos

Atraem-me as janelas
Vejo nelas espelhos
Reflexos que poderiam ser meus
Tantos que queria ter sido
Mas que nunca logrei ser.

Vejo através de seu sorriso
Felicidade que não me pertence
Lágrimas que não creio sofridas
Glórias que não quero e nem posso
Aflições que me parecem tolas.

Do parapeito, angústias alheias
Diluídas por entre orgasmos fingidos
Não os quero, falsos gozos
Tocam-me seus sofrimentos
Mas não passam de momentos.

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