sábado, 21 de junho de 2008

Recusa de migalhas

Como é querida a que se quer
Chamo-a disso em meus versos
Pois é de fato o que é.
Olho-a hoje, querida
E ainda te vejo bonita.
Mas quando me esmola migalhas
Que aprendi a digerir como banquetes
Festejados em imaginários palacetes
Refuto-as e vomito-as como farelos que são.
Eu que tive noites tantas a seu lado
Ao meu só lado, sem aparente divisão
Não me contentarei - sem chances!
Com os cumprimentos gratuitos
Em esporádicos encontros fortuitos
Que lembram a dor do perdido encanto
E o secar do antigo pranto.
Não me satisfazem a sede ou a fome
Eis porque prefiro, às esmolas jogadas,
A dor do distante e saudade do seu nome
Melhor que seja só lembrança constante.

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