sábado, 9 de janeiro de 2010

...

As minhas vozes privadas,
todas elas,
constantes e ensurdecedoras,
logram emudecer
O grito dos desejos alheios.
Ouço tiros em lugar de fogos,
vejo fogos em lugar de águas.
Tomo por balas fatais
Declarações de amor,
Sensuais.

Não sei: me ouço rouco
Se expresso algum de meus desejos.
Tento ouvir a minha voz, como se de outro fosse:
soa-me infantil, soa-me imbecil, soa-me nasal demais.
Ressoo, de fatos em fatos, declarações banais.
Enxergo-me num cenário tolo,
Com outros tantos tão bobos,
Com alguns ainda mais insossos
(Questiono-me da existência da rima:
Digo, questiono-me sempre da vida).

Um comentário:

PFF disse...

Ótimo Peu!!
Abração