sábado, 4 de julho de 2009

Tudo isso porque não sei se quero um dia ser feliz

Num acorde de alegria
Duma partitura triste
Olhamos aos outros e dizemos:
Ah, se eu fosse...
- Ah se eu fosse ela!
- Ah se eu fosse ele!
- Ah se eu fosse você!
E vem daí, em seguimento
Pequenos truques de felicidade.
Com a convicção de quem sabe
(quem sabe pelo fator idade)
O que é a felcicidade.
E dão-lhe dicas, E dão-me dicas
E rezam-nos a cartilha de como achar
Uma perdida feliz-idade.
Mas e se não o quero, que faço?
Será que posso apenas
Esvaziar meu corpo, acender o meu cigarro
Suavizar o corpo e dizer não à felicidade?

Encaro os seus senãos
Como se nãos fossem.
Os seus se-eu-fosse me são
Uma esmola de caridade.
Como se eu não entendesse
Que tudo aquilo que quero
É a minha felicidade.

Vendo velharias alheias
Como se fossem novidade
Para os de menor capacidade.
Sou eu também um de menor vivacidade.
Assisto sempre aos outros e seus ideais de felicidade.
Espectador da vida,
Escrevo - pretensioso - essas mesmas rimas com "ade".
Vario-me sempre sobre o mesmo tema.
Sorrio do sem-graça, aplaudo sem ver grandeza.
Tudo para você não notar que, no meio de tanta nobreza,
Há sempre o mesmo infeliz, o mesmo problema, a mesma tristeza.

3 comentários:

Renata Berenstein disse...

Hoj por acaso, me perguntei sobre o que seria a minha felicidade. Nao consgeui me responder.

Anônimo disse...

eu AMEI esse.

Marília Portela

Anônimo disse...

um tema muito interessante goste!!!